Apresentação
Os Núcleos de Extensão em Desenvolvimento Territorial são unidades administrativas com função de apoiar ações de extensão e de assessoramento técnico aos Colegiados Territoriais e demais atores dos territórios rurais. É um instrumento que vincula-se à estratégia de fortalecimento e consolidação da abordagem territorial da Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT) do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O programa foi implementado por meio da articulação institucional e operacional de Universidades Públicas Federais e Estudais, dos Institutos Federais de Educação Tecnológica, das instâncias de gestão social dos territórios e da SDT. Esse projeto surgiu por intermédio da parceria estabelecida entre a SDT/MDA, Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Fonte: Portal dos Nedets
Terras do Rio Doce
A criação do Núcleo de Extensão Territorial Terras do Rio Doce tem como principal objetivo a implementação e manutenção de ações de pesquisa e extensão que promovação atividades de agroturismo e geoturismo sustentáveis em todo o território, respeitando e destacando a geodiversidade de cada local. O intuito é contribuir na educação do meio rural para mitigar as desigualdades de gênero, raça, etnia e geração, inserindo a comunidade em atividades sustentáveis e geradoras de renda e principalmente inserindo nestas atividade a mulher do campo.
Segundo (Ministério do Desenvolvimento agrário, 2004), território é um espaço físico, geograficamente definido, geralmente contínuo, compreendendo cidades e campos caracterizados por critérios multidimensionais, tais como o ambiente, a economia, a sociedade, a cultura, a política e as instituições, e uma população com grupos sociais relativamente distintos, que se relacionam interna e externamente por meio de processos específicos, onde se pode distinguir um ou mais elementos que indicam identidade, coesão social, cultural e territorial".
Os doze municipios que compoe o território do núcleo tem grande potencial a ser explorado, a geodiversidade dos locais que compõe o pólo são ideais para atividades de geoturismo, turismo de aventura e agroturismo. O estado do Espírito Santo possui além da grande geodiversidade, uma grande diversidade étinica, em que há descendentes de europeus (italianos, alemães e portugueses) e portanto uma vasta história cultural envolvendo o meio rural.
Pretende-se incentivar os produtores rurais locais a expor e comercializar produtos de fabricação artesanal, além de peças ornamentais de artesanato que caracterizam cada região e cultura. Além do incentivo a pratica do agroturismo, geoturismo, sendo que podem ser ofertados passeios a cavalo, charrete, caminhada ecológica, escalada, banho de rio e de cachoeiras, trilhas, com o diferencial de uma visita orientada por guias locais a serem treinados, tendo papel fundamental de orientar e conscientizar a população sobre a preservação e compreensão de que a forma com que o homem se relaciona com o a natureza tem impacto direto sem sua própria qualidade de vida.
Geodiversidade
O conceito de geodiversidade é relativamente novo, com aplicação apartir dos anos 90 e sendo cada vez mais utilizado a partir de então. Internacionamente o conceito tem sido aplicado com maior destaque aos estudos de geoconservação, destancando os estudos estinados a preservação do patrimonio natural, da natureza abiótica (meio físico) constituída por uma variedade de ambientes, fenômenos e ocessos geológicos que dão origem às paisagens, rochas, minerais, águas, solos, fósseis e outros depósitos superficiais que propiciam o desenvolvimento da vida na terra, tendo como valores intrínsecos a cultura, o estético, o econômico, o científico, o educativo e o turístico.
A geodiversidade designa a variedade de ambientes geológicos, fenômenos e processos geradores de paisagens, rochas, minerais, fósseis, solos e outros depósitos superficiais que constituem a base para a vida na Terra.
No brasil o enfoque do conceito é mais utilizado para o planejamento territorial, cabendo ao pesquisador, com base em estudo detalhado e sistemático de uma vultosa massa de dados ambientais disponíveis em bases de dados de georreferenciada, elencar as variáveis que determinam a geodiversidade de cada local. Cada parte do país apresenta uma geodiversidade própria, com muitos rios, vales, montanhas, depressões, praias, planaltos, planícies, encostas. O brasil é rico em infinidades de morfologias, que o tornam um dos países mais rico em geodiversidade do planeta.
Recentemente, devido a estudos mais aprofundados, houve a compreensão de que a forma com que o homem se relaciona com o a natureza tem impacto direto sem sua própria qualidade de vida e a preservação do meio ambiente. O homem é dependente das características geológicas do meio em que vive, ou seja, dependente da geodiversidade, pois usufrui da matéria prima extraída da natureza (minerais, água, alimentos), para sua sobrevivência e desenvolvimento social. Assim sendo é necessário conhecer e respeitar a geodiversidade, posto que uma vez alteradas as características geológicas de um local de maneira inadequada e sem planejamento, pode haver consequencias irreversíveis e irreparáveis para a geodiversidade. Desta forma, planejar e atuar na prevenção da geodiversidade é um papel de todos e fundamental para o Brasil e para o mundo, uma vez que ela interfere na qualidade de vida do homem e do meio em que vive.
Geoturismo
O geoturismo é um conceito de turismo relativamente novo e que pode ser genericamente definido como um turismo da natureza, realizado por pessoas que têm o interesse em conhecer mais os aspetos geológicos e geomorfológicos de um determinado local. O turismo geográfico prevê a apreciação, interpretação de informações e a conscientização sobre a importância dos elementos naturais e sua preservação. Painéis interativos são um dos recursos informativos mais utilizados: colocados nos locais de interesse, incorporam explicações sobre a história geológica e a evolução morfológica das formações contempladas.
A primeira definição de geoturismo surgiu na Inglaterra (Hose,1995), em palavras resumidas: visa facilitar o entendimento e fornecer facilidades de serviços para que turistas adquiram conhecimentos da geologia e geomorfologia de um determinado local, levando ao público uma nova experiência que vai além de uma beleza estética. A idéia do geoturismo é agregar o conhecimento científico ao patrimônio natural de forma agradável e compreensível, valorizando-o e possibilitando que aconteça uma visitação turística de modo sustentável. O objetivo do geoturismo é permitir que o turista não só contemple as paisagens, mas entenda um pouco a respeito dos processos geológicos responsáveis pela sua formação, o que levaria a uma maior valorização do cenário.
O geoturismo propõe ao visitante um aprofundamento sobre as origens do ambiente em que vive, sendo a informação geológica um dos fundamentos para o conhecimento ambiental. É essencial por inserir as pessoas em uma das principais discussões atuais: a relação do homem com o planeta em que vive.
Para Ruhkys (Ruchkys, Úrsula de Azevedo. 2007), pode ser definido como um segmento da atividade turística que tem o patrimônio geológico como seu principal atrativo e procura a sua proteção por meio da conservação dos seus recursos e da sensibilização do turista, utilizando, para isto, a interpretação deste património tornando-o acessível ao público, além de promover a sua divulgação e o desenvolvimento das ciências da Terra.
No Brasil o geoturismo é pouco difundido, com exceção de alguns locais que já utilizam o geoturismo de maneira que gere conhecimento histórico, geológico, geográfico e biológico do local, além da contribuição para o desenvolvimento social e econômico, como por exemplo: Foz do Iguaçu, Pão de Açúcar, Chapada Diamantina, Fernando de Noronha, que são apenas alguns atrativos conhecidos por sua exorbitante e milenar natureza.
O país tem forte potencial para desenvolver o geoturismo devido a sua grande geodiversidade e o avanço dos estudos na área. Todavia ainda há longo caminho a ser percorrido para que seja vinculado a todo território nacional atividades que incluam lazer, conhecimento das geociências e conservação da geodiversidade do local visitado.
